sexta-feira, 1 de julho de 2011

all of these lines across my face

Vinte. Esse número me assusta. Muito. Eu paro e fico pensando em quanto tempo já passou. Não foi muito, se comparar com a minha avó, mas foi bastante, pelo menos pra mim. É estranho, eu sair da casa dos deze-alguma coisa. Vinte. Parece que estou ficando realmente velha, ou realmente adulta. E todo dia eu digo a mim mesma que não sou uma adulta ainda. Mas o que quer dizer isso? Ficar independente, ser responsável pelos atos, ser maior de idade, ter passado dos dezoito, dos vinte e um, poder beber, fumar, dirigir, ir num motel ou ser presa? Não sei a definição, então não posso dizer que sou uma. E todos os dias a minha mãe diz que sou o bebê dela. Como pensar na hipótese de deixar isso para trás? Porque é verdade, e eu digo com orgulho. Vinte. Já está ficando repetitivo, mas eu tenho que fixar isso na minha cabeça. Já tenho um namorado, já estou na faculdade, já trabalho, já dirijo. O que me falta? Família? Filhos? Casa própria? Formatura? A vida inteira? É, acho que sim. Foram vinte anos ótimos, onde houve épocas que não eram tão ótimas assim. Já sorri, já chorei, já briguei, já xinguei, já disse que amo, já escondi meus sentimentos, já machuquei, já pulei., já realizei sonhos; não todos, mas alguns muitos. Acho que sou bastante agradecida desses vinte anos, sabe? Eles me tornarem quem eu sou hoje, e não acredito que eu vá mudar tanto assim quando estiver com quarenta, por exemplo. Eu lembro da minha primeira casa, que tinha um pé de amora e eu detestava amora naquela época, lembro da minha escolinha na rua de cima e das missas as segundas-feiras, lembro dos jogos, do patins, das Barbies e de Enigma, lembro da minha primeira comunhão e aquela franja ridícula, lembro das brigas dos meus pais, de quando comecei a ler Harry Potter e quando eu achava Rebelde uma novelinha infantil até ver pela primeira vez, lembro das minhas melhores amigas, das que eram parte da família e dos dois cachorros que tive, lembro quando escrevi a minha primeira história, lembro quando tive coragem de escrever algo para o público, quando fiz meu primeiro vídeo no movie maker ou quando fui ao meu primeiro show, lembro de sonhar com seis pessoas que se transformaram em duas e depois em uma, lembro quando realizei quatro sonhos diferentes e quando abracei amigas que jamais pensei ser possível, lembro quando chorei por causa de perdas e quando chorei por ganhos, lembro... Apesar de às vezes não ter uma memória muito boa, eu lembro de bastante coisa. E todas essas coisas, todas as pessoas que estiveram nessas coisas; elas me transformaram na Ágatha Carolline que todos conhecem. A que é alegre, mas que chora escondido, a que canta no chuveiro ou no pc, mas detesta sua voz, a que escreve, mas nunca acha que está realmente bom...É, sou eu. Com vinte anos. Acho que o texto ficou grande, eu só queria dizer que estou assustada com essa idade, mas tudo bem. Obrigada a cada um que fez parte desses vinte anos, aos que farão parte de mais vinte, aos que tiveram apenas uma participação, aos que farão pela vida inteira. Obrigada.

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