Oi. To aqui, respirando fundo, pensando em como dizer todas as coisas que eu pensei hoje, tudo o que eu me permiti pensar e que nunca o havia feito. Mas quando peguei para escrever, para colocar as idéias em ordem no papel, eu simplesmente não soube como começar. Talvez eu fizesse em forma de carta, talvez um texto não destinado a você, talvez… sei lá! Por fim eu comecei a escrever e foi indo, mesmo que possa parecer estranho e as idéias não fiquem em ordem. Bom, hoje é seu aniversário, né? Confesso que fui lembrar disso ontem, quando abri meu Orkut e tava lá, o lembrete. Talvez minha mente já esteja se fechando, talvez ela queira me poupar de sofrimentos, não sei. 41 anos, caraca! Eu lembro quando eram trinta e poucos, ou até mesmo vinte e todos. Eu sinto a sua falta, sabia? Eu sinto muito a sua falta, muito mesmo. Sei que me faço de forte, que faço brincadeiras, que digo que não, mas é mentira, eu apenas tento enganar a todos e mostrar que sou forte e saí por cima disso tudo. Tanta gente aí como eu, ou às vezes pior e se sai bem, por que eu não me sairia? Mas eu sinto a sua falta. E eu te amo também. Não mais quando eu tinha dez anos, ele não foi cativado, ele se perdeu no tempo, mas ele ainda ta aqui. É o que eu sentia a dez, nove ou mais ano anos atrás, não é um amor de hoje, da Ágatha de dezenove anos que cresceu, amadureceu. É a Ágatha criança, aquela que você criou, que você também amou. Eu queria que fosse diferente, que tivéssemos contato, que nos falássemos sempre, que fôssemos amigos, que fôssemos pai e filha, mas hoje você é só um estranho para mim. Eu não sei o que falar quando você me liga, é por isso que nunca atendo, eu não sei o que dizer se você perguntar, seja qualquer coisa, não importa o assunto! É como um estranho que quisesse saber da minha vida, e você me ensinou a não falar com estranhos. Queria poder passar fins de semana com você, dizer que eu tenho um pai presente, ou até simplesmente que eu tenho um pai. Eu me faço de forte, mas eu só queria poder mudar isso e colocar você fazendo parte de mim. Eu me olho no espelho e te vejo, vejo aquele baixinho com orelhas de abano que tanto me fazia rir, que me fazia raiva, que me colocava de castigo, que brincava comigo, ou até mesmo que me prometia coisas que eu sabia que não seriam cumpridas. Acho que já se vão mais de cinco anos que eu não tenho como dizer é, o meu pai, ele me ligou hoje. A gente se fala tão esporadicamente, uma vez a cada seis meses, a gente não se vê já faz mais de dois anos… Dói, dói muito, mas eu estou aprendendo a superar, a cada dia. Talvez não superar, mas deixar na minha memória cada momento bom até meus onze, no máximo doze anos. Mesmo que essas memórias se apaguem com o tempo, mesmo que elas se borrem ou se transformem, você sempre será o meu pai e eu terei orgulho disso até o momento que eu o tive como tal. Então, quero te desejar um feliz aniversário e tudo de bom. Não guardo rancores, quero que você seja feliz, não desejo o contrário só porque me sinto abandonada. Talvez tenha sido inesperado, talvez você fosse novo, não estivesse preparado para tal responsabilidade, e eu não agradeço por isso pois não pedi para vir, mas agradeço a quem quer que tenha me feito hoje como eu sou. Parabéns, e obrigada pelos momentos que passamos juntos.
30/11/2010 – 17:30
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Já que você não está aqui, o que posso fazer é cuidar de mim.
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